terça-feira, 23 de novembro de 2010
Jô entrevista o humorista Eduardo Sterblitch
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Leandro Lima
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10:50
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segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Meritocracia? Desde que todos saiam do mesmo patamar de educação!
Este texto abaixo sitetiza de forma de polêmica, é verdade, alguns pontos sobre o ENEM. Não se deixem desanimar pois é isso mesmo que eles querem. Vestibulares pragmáticos, csem criticidade e necessidade de vivência. Coisa que o ENEM exije.
Leiam até o fim. vale a pena.
Extraído daqui
O Estadão de hoje dedica a capa e duas páginas – A15 e A16 a desmoralizar o ENEM.
Uma desmoralização arrasadora.
É porque 0,04% dos alunos VOLUNTARIAMENTE inscritos na prova talvez venham a refazê-la, por causa de uma troca do cabeçalho de alguns cartões de resposta.
0,04% !
Que horror!
Foram 4,6 milhões estudantes inscritos e talvez 2 mil tenham a possibilidade de refazer a prova.
Ontem, o UOL e a Folhaonline bradaram o dia inteiro contra a “inépcia” do ENEM.
A Folha (**), se entende.
Ano passado, as provas vazaram da gráfica da Folha, que foi devidamente afastada da concorrência deste ano.
O Estadão se acha na obrigação, todo ano, de desmoralizar o ENEM.
Como fez no ano passado, com a divulgação do vazamento.
Por que o Estadão, a Folha (**) e o Serra são contra o ENEM ?
Ano passado, com o vazamento na gráfica da Folha, o Serra, célere, tirou as universidades de São Paulo do ENEM – para acentuar o “fracasso” do Governo Lula.
Qual é o problema deles com o ENEM ?
O Governo Fernando Henrique instituiu o ENEM para copiar o SAT americano: o vestibular único em todo o país, para facilitar o acesso às universidades federais e o deslocamento de estudantes pelo país afora.
O que tem a vantagem de baratear dramaticamente o sistema.
Antes – como em São Paulo, hoje – cada “coronel” faz o seu vestibular e estimula a iniciativa privada – com os serviços do vestibular e os cursinhos o Di Gênio.
De Fernando Henrique para cá, o ENEM cresceu 30 vezes !
30 vezes, amigo navegante.
Saiu de 157 mil inscritos em 98 para 4,6 milhões de hoje.
É sempre assim.
O Bolsa Família da D. Ruth atendia quatro famílias.
O do Lula, que virou “Bolsa Esmola”, segundo Mônica Serra, a grande estadista chileno-paulista, atende 40 milhões.
O que é o ENEM ?
É o passaporte do pobre à universidade pública.
É por isso que a Folha, o Estado e o Serra odeiam o ENNEM.
Porque esse negócio de pobre estudar é um problema.
Fica com mania de grandeza, de autonomia.
Pensa que pode mandar no seu destino.
E não acredita mais na fita adesiva do “perito” Molina.
Isso é um perigo.
Pobre é para ficar na senzala.
50 universidades públicas federais aderiram ao ENEM.
Isso significa que 47 mil vagas em universidades federais dependem do resultado do ENEM.
Em 2004, um milhão de estudantes se inscreveu no ENEM.
Aí, o Lula e o Ministro Haddad resolveram estabelecer o ENEM como critério para entrar no ProUni (para a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – não dizer que o ProUni é a “faculdade de pobre burro”).
Sabe o que aconteceu, amigo navegante ?
O ENEM passou de um ano para o outro de um milhão para 2,9 milhões de inscritos.
Quanto pobre !
Para o ano que vem, o ministro Haddad estabeleceu que o ENEM também será critério para receber financiamento do FIES.
Vai ser outro horror !
Mais pobre inscrito no ENEM para pagar a faculdade com financiamento público.
Um horror !
Tudo público.
ENEM, faculdade, financiamento …
“Público” quer dizer “de todos”.
Amigo navegante, sabe qual foi o contingente nacional que mais cresceu entre os inscritos no ENEM ?
Agora é que a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – vai se estrebuchar.
Foi o Nordeste !
Que horror !
Já imaginou, amigo navegante ?
Nordestino pobre com diploma de engenheiro ?
Nordestina pobre com diploma de médica ?
Vai faltar pedreiro.
Empregada doméstica.
Aí é que a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – vai se estrebuchar mesmo.
Paulo Henrique Amorim
Leiam até o fim. vale a pena.
Extraído daqui
O Estadão de hoje dedica a capa e duas páginas – A15 e A16 a desmoralizar o ENEM.
Uma desmoralização arrasadora.
É porque 0,04% dos alunos VOLUNTARIAMENTE inscritos na prova talvez venham a refazê-la, por causa de uma troca do cabeçalho de alguns cartões de resposta.
0,04% !
Que horror!
Foram 4,6 milhões estudantes inscritos e talvez 2 mil tenham a possibilidade de refazer a prova.
Ontem, o UOL e a Folhaonline bradaram o dia inteiro contra a “inépcia” do ENEM.
A Folha (**), se entende.
Ano passado, as provas vazaram da gráfica da Folha, que foi devidamente afastada da concorrência deste ano.
O Estadão se acha na obrigação, todo ano, de desmoralizar o ENEM.
Como fez no ano passado, com a divulgação do vazamento.
Por que o Estadão, a Folha (**) e o Serra são contra o ENEM ?
Ano passado, com o vazamento na gráfica da Folha, o Serra, célere, tirou as universidades de São Paulo do ENEM – para acentuar o “fracasso” do Governo Lula.
Qual é o problema deles com o ENEM ?
O Governo Fernando Henrique instituiu o ENEM para copiar o SAT americano: o vestibular único em todo o país, para facilitar o acesso às universidades federais e o deslocamento de estudantes pelo país afora.
O que tem a vantagem de baratear dramaticamente o sistema.
Antes – como em São Paulo, hoje – cada “coronel” faz o seu vestibular e estimula a iniciativa privada – com os serviços do vestibular e os cursinhos o Di Gênio.
De Fernando Henrique para cá, o ENEM cresceu 30 vezes !
30 vezes, amigo navegante.
Saiu de 157 mil inscritos em 98 para 4,6 milhões de hoje.
É sempre assim.
O Bolsa Família da D. Ruth atendia quatro famílias.
O do Lula, que virou “Bolsa Esmola”, segundo Mônica Serra, a grande estadista chileno-paulista, atende 40 milhões.
O que é o ENEM ?
É o passaporte do pobre à universidade pública.
É por isso que a Folha, o Estado e o Serra odeiam o ENNEM.
Porque esse negócio de pobre estudar é um problema.
Fica com mania de grandeza, de autonomia.
Pensa que pode mandar no seu destino.
E não acredita mais na fita adesiva do “perito” Molina.
Isso é um perigo.
Pobre é para ficar na senzala.
50 universidades públicas federais aderiram ao ENEM.
Isso significa que 47 mil vagas em universidades federais dependem do resultado do ENEM.
Em 2004, um milhão de estudantes se inscreveu no ENEM.
Aí, o Lula e o Ministro Haddad resolveram estabelecer o ENEM como critério para entrar no ProUni (para a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – não dizer que o ProUni é a “faculdade de pobre burro”).
Sabe o que aconteceu, amigo navegante ?
O ENEM passou de um ano para o outro de um milhão para 2,9 milhões de inscritos.
Quanto pobre !
Para o ano que vem, o ministro Haddad estabeleceu que o ENEM também será critério para receber financiamento do FIES.
Vai ser outro horror !
Mais pobre inscrito no ENEM para pagar a faculdade com financiamento público.
Um horror !
Tudo público.
ENEM, faculdade, financiamento …
“Público” quer dizer “de todos”.
Amigo navegante, sabe qual foi o contingente nacional que mais cresceu entre os inscritos no ENEM ?
Agora é que a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – vai se estrebuchar.
Foi o Nordeste !
Que horror !
Já imaginou, amigo navegante ?
Nordestino pobre com diploma de engenheiro ?
Nordestina pobre com diploma de médica ?
Vai faltar pedreiro.
Empregada doméstica.
Aí é que a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – vai se estrebuchar mesmo.
Paulo Henrique Amorim
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Mateus Godoi
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10:27
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quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Mais do Pré-sal - Mais de ENEM
do viomundo
Agora é política sobre o pré-sal.....
leiam antes de sábado
4 de novembro de 2010 às 14:15
Fernando Siqueira: Chegou a hora de defender o pré-sal
PRÉ-SAL: É HORA DE RETOMAR A DISCUSSÃO
por Fernando Siqueira, no site da Associação dos Engenheiros da Petrobras
Passada a turbulência das eleições e reforçada a democracia, é hora de retomarmos a discussão sobre o pré-sal. Lembrando que a pressão contra a mudança da Lei 9578/97, péssima para o País, adiou a aprovação do projeto de partilha para depois das eleições. Que pressão é esta e de onde vem? Ela vem dos países desenvolvidos que não tem petróleo e calcaram as suas economias nesse produto, cada vez mais escasso e mais estratégico. Assim EUA, Europa e Ásia estão numa enorme insegurança energética. O Cartel internacional está na mesma situação. Já dominou 90% das reservas mundiais e hoje tem menos de 5%. O pré-sal é uma questão de sobrevivência para todos eles.
Outro fato importante é que os analistas sérios e independentes afirmam que estamos vivenciando o terceiro e irreversível choque mundial do petróleo: atingimos o pico de produção mundial e daqui para frente a oferta irá cair de forma drástica e irreversível.
Isto significa o recrudescimento da luta por petróleo, gerando preocupante aumento do preço do barril. Há possibilidade, inclusive, de mais um conflito mundial.
O pré-sal dá ao Brasil a possibilidade de ficar numa posição confortável. Ele pode durar mais de 40 anos proporcionando a auto-suficiência. Mas é preciso mudar a Lei 9478/97, herança de FHC, que entrega 100% do petróleo a quem produzir e esse produtor paga alguma coisa à União somente a partir da produção diária de 90.000 barris por dia, mas paga, no máximo, 20% da produção, em dinheiro, ficando com todo o petróleo.
O Governo Lula, quando soube pelos diretores da Petrobras da magnitude da descoberta do pré-sal, corretamente retirou 41 blocos do 9º leilão e criou Grupo de Trabalho para reestudar a legislação. Esse grupo, durante um ano e meio estudou várias alternativas e apresentou quatro propostas de Projeto de Lei para a questão petróleo: 1) Fundo Social;
2) Capitalização da Petrobrás; 3) Criação da estatal Pré-sal Petróleo e 4) Mudança do contrato de Concessão para contrato de Partilha de Produção.
O mais importante deles é o 4º PL, porque muda o contrato de Concessão previsto na Lei 9478/97, artigo 26, para Partilha de produção. No primeiro, 100% da produção fica com o produtor. Na partilha, proposta do Governo Lula, o petróleo é da União e ela remunera os custos de produção em petróleo. Fizemos algumas simulações, partindo de algumas premissas como o custo de produção estimado em US$ 30 por barril e o preço do petróleo a US$ 70/barril. Sob estas premissas concluímos: na legislação vigente o Consórcio fica 100% do petróleo e paga, em dinheiro, à União, no máximo 18,8% da produção total (o percentual varia com o volume produzido. Até 90.000 nada é pago); com o PL 5938, proposto pelo Governo, cabem à União cerca de 60% da produção, em petróleo. Outro avanço do PL do Governo é que a Petrobrás será a produtora de todos os campos, o que garante a compra de equipamentos, serviços e geração de empregos de qualidade, além de desenvolver tecnologia de ponta no País.
O andamento das discussões transcorria com relativa tranqüilidade. Desconfiamos do fato do lobista cartel internacional, incrustado no IBP, ter feito oito audiências publicas no Congresso: seis no Senado e duas na Câmara. Cada audiência pública continha cinco mesas de debate; cada mesa, dois lobistas de peso. Onde estaria o resultado disto? Não foi preciso procurar muito. Examinando o substitutivo do relator Henrique Alves, vimos
O resultado: ele introduziu uma emenda que eleva os royalties para 15% e os devolve ao consórcio produtor. Ela transformaria o Brasil num imenso paraíso fiscal tornando o nosso contrato de partilha o pior do mundo. Mais grave: a participação da União na produção cai de 60% para 29%. Ou seja, o relator estuprou o projeto do Governo.
Quando o projeto chegou ao Senado, alertamos os senadores Pedro Simon e Renan Calheiros dessa anomalia. O Senador Simon fez um discurso inflamado de revolta no Senado. E, com o senador Renan, a nosso pedido, levou a informação ao presidente Lula. O senador Renan prometeu derrubar essa maldita emenda Henrique Alves.
No dia da votação no Senado, falamos com Renan e ele disse que não estava mais no controle da questão e que a decisão estava com o Senado Romero Jucá. Falamos então com o Senador: `Fique tranqüilo, disse Jucá; a emenda Ibsen e a emenda Henrique Alves estão suspensas. Elas serão votadas depois das eleições`. Com certo alivio, mas desconfiado, fomos ver o substitutivo do senador. A devolução dos royalties estava lá, Camuflada em 4 artigos. Portanto, o espírito da emenda Henrique Alves continuava.
Falamos com a assessoria do senador Simon, e, com a ajuda do deputado Ibsen eles redigiram uma emenda para neutralizar os contrabandos de Jucá. Assim, o artigo 64 do substitutivo do senador Jucá, introduzido pelo senado Simon, procura neutralizar o produto do lobby do cartel do IBP, proibindo qualquer devolução de royalty. E faz um acréscimo para neutralizar os efeitos da emenda Ibsen contra o Rio de Janeiro: já que a emenda Simon evita que a União dê de presente R$ 54 bilhões por ano para o consórcio (fruto da emenda Henrique Alves/Jucá), a união pode ressarcir o Rio e demais estados produtores dos R$ 6 bilhões que eles perdem devido à emenda Ibsen.
Finalmente, fizemos mais uma proposta para os parlamentares: mudar a Lei Kandir que isenta o petróleo do imposto de exportação. Não tem o menor sentido esse incentivo, pois o petróleo é um produto que o mundo inteiro quer e dele necessita. Logo, não é necessário incentivar sua exportação. Propusemos a extinção desse incentivo através de um projeto de Lei. Com isto, o Rio de Janeiro ganhará cerca de US$ 7 bilhões a mais.
É hora de mobilização. Quando o petróleo era apenas um sonho, foi feito o movimento `o petróleo é nosso`, o maior movimento cívico da história do nosso País. Agora que o petróleo é uma realidade que supera todas as expectativas, é hora de retomar essa mobi-lização, pois estão em jogo reservas superiores a 100 bilhões de barris, um Iraque na América Latina. É a maior chance que o Brasil já teve para deixar de ser o eterno pais do futuro e se tornar o país do agora. Com saúde, educação, empregos de qualidade, segurança, eliminando a triste condição de país mais rico e viável do planeta e ter um vergonhoso contingente de 50 milhões de miseráveis, além do terceiro pior índice de desigualdade do mundo. O PRÉ-SAL TEM QUE SER NOSSO PARA A REDENÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL DO BRASIL.
Fernando Siqueira
Presidente da Aepet e vice do Clube de Engenharia
Agora é política sobre o pré-sal.....
leiam antes de sábado
4 de novembro de 2010 às 14:15
Fernando Siqueira: Chegou a hora de defender o pré-sal
PRÉ-SAL: É HORA DE RETOMAR A DISCUSSÃO
por Fernando Siqueira, no site da Associação dos Engenheiros da Petrobras
Passada a turbulência das eleições e reforçada a democracia, é hora de retomarmos a discussão sobre o pré-sal. Lembrando que a pressão contra a mudança da Lei 9578/97, péssima para o País, adiou a aprovação do projeto de partilha para depois das eleições. Que pressão é esta e de onde vem? Ela vem dos países desenvolvidos que não tem petróleo e calcaram as suas economias nesse produto, cada vez mais escasso e mais estratégico. Assim EUA, Europa e Ásia estão numa enorme insegurança energética. O Cartel internacional está na mesma situação. Já dominou 90% das reservas mundiais e hoje tem menos de 5%. O pré-sal é uma questão de sobrevivência para todos eles.
Outro fato importante é que os analistas sérios e independentes afirmam que estamos vivenciando o terceiro e irreversível choque mundial do petróleo: atingimos o pico de produção mundial e daqui para frente a oferta irá cair de forma drástica e irreversível.
Isto significa o recrudescimento da luta por petróleo, gerando preocupante aumento do preço do barril. Há possibilidade, inclusive, de mais um conflito mundial.
O pré-sal dá ao Brasil a possibilidade de ficar numa posição confortável. Ele pode durar mais de 40 anos proporcionando a auto-suficiência. Mas é preciso mudar a Lei 9478/97, herança de FHC, que entrega 100% do petróleo a quem produzir e esse produtor paga alguma coisa à União somente a partir da produção diária de 90.000 barris por dia, mas paga, no máximo, 20% da produção, em dinheiro, ficando com todo o petróleo.
O Governo Lula, quando soube pelos diretores da Petrobras da magnitude da descoberta do pré-sal, corretamente retirou 41 blocos do 9º leilão e criou Grupo de Trabalho para reestudar a legislação. Esse grupo, durante um ano e meio estudou várias alternativas e apresentou quatro propostas de Projeto de Lei para a questão petróleo: 1) Fundo Social;
2) Capitalização da Petrobrás; 3) Criação da estatal Pré-sal Petróleo e 4) Mudança do contrato de Concessão para contrato de Partilha de Produção.
O mais importante deles é o 4º PL, porque muda o contrato de Concessão previsto na Lei 9478/97, artigo 26, para Partilha de produção. No primeiro, 100% da produção fica com o produtor. Na partilha, proposta do Governo Lula, o petróleo é da União e ela remunera os custos de produção em petróleo. Fizemos algumas simulações, partindo de algumas premissas como o custo de produção estimado em US$ 30 por barril e o preço do petróleo a US$ 70/barril. Sob estas premissas concluímos: na legislação vigente o Consórcio fica 100% do petróleo e paga, em dinheiro, à União, no máximo 18,8% da produção total (o percentual varia com o volume produzido. Até 90.000 nada é pago); com o PL 5938, proposto pelo Governo, cabem à União cerca de 60% da produção, em petróleo. Outro avanço do PL do Governo é que a Petrobrás será a produtora de todos os campos, o que garante a compra de equipamentos, serviços e geração de empregos de qualidade, além de desenvolver tecnologia de ponta no País.
O andamento das discussões transcorria com relativa tranqüilidade. Desconfiamos do fato do lobista cartel internacional, incrustado no IBP, ter feito oito audiências publicas no Congresso: seis no Senado e duas na Câmara. Cada audiência pública continha cinco mesas de debate; cada mesa, dois lobistas de peso. Onde estaria o resultado disto? Não foi preciso procurar muito. Examinando o substitutivo do relator Henrique Alves, vimos
O resultado: ele introduziu uma emenda que eleva os royalties para 15% e os devolve ao consórcio produtor. Ela transformaria o Brasil num imenso paraíso fiscal tornando o nosso contrato de partilha o pior do mundo. Mais grave: a participação da União na produção cai de 60% para 29%. Ou seja, o relator estuprou o projeto do Governo.
Quando o projeto chegou ao Senado, alertamos os senadores Pedro Simon e Renan Calheiros dessa anomalia. O Senador Simon fez um discurso inflamado de revolta no Senado. E, com o senador Renan, a nosso pedido, levou a informação ao presidente Lula. O senador Renan prometeu derrubar essa maldita emenda Henrique Alves.
No dia da votação no Senado, falamos com Renan e ele disse que não estava mais no controle da questão e que a decisão estava com o Senado Romero Jucá. Falamos então com o Senador: `Fique tranqüilo, disse Jucá; a emenda Ibsen e a emenda Henrique Alves estão suspensas. Elas serão votadas depois das eleições`. Com certo alivio, mas desconfiado, fomos ver o substitutivo do senador. A devolução dos royalties estava lá, Camuflada em 4 artigos. Portanto, o espírito da emenda Henrique Alves continuava.
Falamos com a assessoria do senador Simon, e, com a ajuda do deputado Ibsen eles redigiram uma emenda para neutralizar os contrabandos de Jucá. Assim, o artigo 64 do substitutivo do senador Jucá, introduzido pelo senado Simon, procura neutralizar o produto do lobby do cartel do IBP, proibindo qualquer devolução de royalty. E faz um acréscimo para neutralizar os efeitos da emenda Ibsen contra o Rio de Janeiro: já que a emenda Simon evita que a União dê de presente R$ 54 bilhões por ano para o consórcio (fruto da emenda Henrique Alves/Jucá), a união pode ressarcir o Rio e demais estados produtores dos R$ 6 bilhões que eles perdem devido à emenda Ibsen.
Finalmente, fizemos mais uma proposta para os parlamentares: mudar a Lei Kandir que isenta o petróleo do imposto de exportação. Não tem o menor sentido esse incentivo, pois o petróleo é um produto que o mundo inteiro quer e dele necessita. Logo, não é necessário incentivar sua exportação. Propusemos a extinção desse incentivo através de um projeto de Lei. Com isto, o Rio de Janeiro ganhará cerca de US$ 7 bilhões a mais.
É hora de mobilização. Quando o petróleo era apenas um sonho, foi feito o movimento `o petróleo é nosso`, o maior movimento cívico da história do nosso País. Agora que o petróleo é uma realidade que supera todas as expectativas, é hora de retomar essa mobi-lização, pois estão em jogo reservas superiores a 100 bilhões de barris, um Iraque na América Latina. É a maior chance que o Brasil já teve para deixar de ser o eterno pais do futuro e se tornar o país do agora. Com saúde, educação, empregos de qualidade, segurança, eliminando a triste condição de país mais rico e viável do planeta e ter um vergonhoso contingente de 50 milhões de miseráveis, além do terceiro pior índice de desigualdade do mundo. O PRÉ-SAL TEM QUE SER NOSSO PARA A REDENÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL DO BRASIL.
Fernando Siqueira
Presidente da Aepet e vice do Clube de Engenharia
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Mateus Godoi
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12:22
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Mais ENEM - A questão da soberania territorial para o pré-sal.
De novo do viomundo.com.br via Vermelho
4 de novembro de 2010 às 15:26
Jobim: Brasil não aceita soberania “compartilhada” do Atlântico Sul
4 de Novembro de 2010 – 9h16
Jobim defende soberania da América do Sul e critica Otan e EUA
do Vermelho
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, criticou veementemente as estratégias militares globais dos EUA e da Otan — aliança militar ocidental. Ele afirmou que nem o Brasil nem a América do Sul podem aceitar que “se arvorem” o direito de intervir em “qualquer teatro de operação” sob “os mais variados pretextos”.
Jobim disse que o Brasil não aceita discutir assuntos relativos à soberania do Atlântico enquanto os norte-americanos não aderirem à convenção da ONU sobre o direito do mar, que estabelece regras para exploração de recursos em águas nacionais.
Ele lembrou que os EUA não firmaram a Convenção sobre o Direito do Mar da ONU e, portanto, “não reconhecem o status jurídico de países como o Brasil, que tem 350 milhas de sua plataforma continental sob sua soberania”. “Como poderemos conversar sobre o Atlântico Sul com um país que não reconhece os títulos referidos pela ONU? O Atlântico que se fala lá é o que vai à costa brasileira ou é o que vai até 350 milhas da costa brasileira?”
Também referiu-se a uma “alta autoridade” americana que defendeu “soberanias compartilhadas” no Atlântico. “Não pensamos em nenhum momento em termos de soberanias compartilhadas. Que soberania os Estados Unidos querem compartilhar? Apenas as nossas ou as deles também?”, questionou.
O ministro da Defesa falou na abertura da 7ª Conferência do Forte de Copacabana, promovida pela Fundação Konrad Adenauer, ligada à Democracia Cristã alemã, para criar um “diálogo” entre América do Sul e Europa em segurança.
América do Sul
Ele se disse contrário ainda as alianças militares entre a América do Sul e os Estados Unidos. “Nossa visão é a de que podemos ter relações com os EUA, mas a defesa da América do Sul só quem faz é a América do Sul”. O ministro defendeu que o Brasil não deve se aliar a forças militares que não aceitem o comando de outros exércitos. “Os EUA não participam das forças humanitárias da ONU porque não admitem ser comandados por outros exércitos. Não podemos aceitar esse tipo de assimetria”, declarou.
Papel dominante
Em resposta ao alemão Klaus Naumann, ex-diretor do Comitê Militar da Otan, que disse que a Europa é o “parceiro preferencial” de que os EUA necessitam para manter seu papel dominante no mundo, o ministro disse: “Não seremos parceiros dos EUA para que eles mantenham seu papel no mundo”.
Segundo Jobim, a Europa “não se libertará” de sua dependência dos EUA e por isso tende a sofrer baixa em seu perfil geopolítico. O da América do Sul tenderia a crescer, pelo crescimento econômico e os recursos naturais, água inclusive, de que dispõe em abundância, enquanto escasseiam no mundo.
Energia Nuclear
Na avaliação de Jobim, as relações entre os países signatários do Tratado Sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares também é assimétrica e penaliza aqueles que buscam gerar energia nuclear para fins pacíficos. Para ele, não há problemas no interesse da Venezuela em dominar essa tecnologia. “A Venezuela sentiu o problema da sua base de energia elétrica ser hidrelétrica e teve inclusive que fazer racionamento”, disse. “A Venezuela fez tal qual o Brasil. E nós aplaudimos”, complementou sobre o país vizinho, considerado um problema no continente pelos EUA.
Cuba
As críticas de Jobim aos norte-americanos ainda abordaram a relação do país com Cuba. “Qual foi o resultado do bloqueio a Cuba? Produziram um país orgulhoso, pobre e com ódio dos EUA”, disse.
Para o ministro, os riscos à segurança da América do Sul e os conflitos do futuro estarão relacionados à água, minerais e alimentos. “Isso a América do Sul tem. Temos aqui o aquífero Guarani, a Amazônia, somos os maiores produtores de grãos e de proteína animal do mundo”, enumerou. “Temos que nos preparar para isso”, advertiu sobre possíveis ameaças futuras.
As declarações do ministro Jobim ratificam no terreno da defesa, os traços determinantes da política externa brasileira. O Brasil optou pelo caminho do exercício da sua soberania, da integração regional e do anti-hegemonismo estadunidense. O pronunciamento reveste-se de grande atualidade, porquanto a Otan, pacto militar agressivo sob a hegemonia norte-americana se reunirá ainda este mês em Lisboa, para definir o novo conceito estratégico. Entre outros pontos, na pauta da cúpula da Otan estão a expansão do raio de ação, com foco para todas as regiões do mundo, incluindo o Atlântico Sul.
4 de novembro de 2010 às 15:26
Jobim: Brasil não aceita soberania “compartilhada” do Atlântico Sul
4 de Novembro de 2010 – 9h16
Jobim defende soberania da América do Sul e critica Otan e EUA
do Vermelho
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, criticou veementemente as estratégias militares globais dos EUA e da Otan — aliança militar ocidental. Ele afirmou que nem o Brasil nem a América do Sul podem aceitar que “se arvorem” o direito de intervir em “qualquer teatro de operação” sob “os mais variados pretextos”.
Jobim disse que o Brasil não aceita discutir assuntos relativos à soberania do Atlântico enquanto os norte-americanos não aderirem à convenção da ONU sobre o direito do mar, que estabelece regras para exploração de recursos em águas nacionais.
Ele lembrou que os EUA não firmaram a Convenção sobre o Direito do Mar da ONU e, portanto, “não reconhecem o status jurídico de países como o Brasil, que tem 350 milhas de sua plataforma continental sob sua soberania”. “Como poderemos conversar sobre o Atlântico Sul com um país que não reconhece os títulos referidos pela ONU? O Atlântico que se fala lá é o que vai à costa brasileira ou é o que vai até 350 milhas da costa brasileira?”
Também referiu-se a uma “alta autoridade” americana que defendeu “soberanias compartilhadas” no Atlântico. “Não pensamos em nenhum momento em termos de soberanias compartilhadas. Que soberania os Estados Unidos querem compartilhar? Apenas as nossas ou as deles também?”, questionou.
O ministro da Defesa falou na abertura da 7ª Conferência do Forte de Copacabana, promovida pela Fundação Konrad Adenauer, ligada à Democracia Cristã alemã, para criar um “diálogo” entre América do Sul e Europa em segurança.
América do Sul
Ele se disse contrário ainda as alianças militares entre a América do Sul e os Estados Unidos. “Nossa visão é a de que podemos ter relações com os EUA, mas a defesa da América do Sul só quem faz é a América do Sul”. O ministro defendeu que o Brasil não deve se aliar a forças militares que não aceitem o comando de outros exércitos. “Os EUA não participam das forças humanitárias da ONU porque não admitem ser comandados por outros exércitos. Não podemos aceitar esse tipo de assimetria”, declarou.
Papel dominante
Em resposta ao alemão Klaus Naumann, ex-diretor do Comitê Militar da Otan, que disse que a Europa é o “parceiro preferencial” de que os EUA necessitam para manter seu papel dominante no mundo, o ministro disse: “Não seremos parceiros dos EUA para que eles mantenham seu papel no mundo”.
Segundo Jobim, a Europa “não se libertará” de sua dependência dos EUA e por isso tende a sofrer baixa em seu perfil geopolítico. O da América do Sul tenderia a crescer, pelo crescimento econômico e os recursos naturais, água inclusive, de que dispõe em abundância, enquanto escasseiam no mundo.
Energia Nuclear
Na avaliação de Jobim, as relações entre os países signatários do Tratado Sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares também é assimétrica e penaliza aqueles que buscam gerar energia nuclear para fins pacíficos. Para ele, não há problemas no interesse da Venezuela em dominar essa tecnologia. “A Venezuela sentiu o problema da sua base de energia elétrica ser hidrelétrica e teve inclusive que fazer racionamento”, disse. “A Venezuela fez tal qual o Brasil. E nós aplaudimos”, complementou sobre o país vizinho, considerado um problema no continente pelos EUA.
Cuba
As críticas de Jobim aos norte-americanos ainda abordaram a relação do país com Cuba. “Qual foi o resultado do bloqueio a Cuba? Produziram um país orgulhoso, pobre e com ódio dos EUA”, disse.
Para o ministro, os riscos à segurança da América do Sul e os conflitos do futuro estarão relacionados à água, minerais e alimentos. “Isso a América do Sul tem. Temos aqui o aquífero Guarani, a Amazônia, somos os maiores produtores de grãos e de proteína animal do mundo”, enumerou. “Temos que nos preparar para isso”, advertiu sobre possíveis ameaças futuras.
As declarações do ministro Jobim ratificam no terreno da defesa, os traços determinantes da política externa brasileira. O Brasil optou pelo caminho do exercício da sua soberania, da integração regional e do anti-hegemonismo estadunidense. O pronunciamento reveste-se de grande atualidade, porquanto a Otan, pacto militar agressivo sob a hegemonia norte-americana se reunirá ainda este mês em Lisboa, para definir o novo conceito estratégico. Entre outros pontos, na pauta da cúpula da Otan estão a expansão do raio de ação, com foco para todas as regiões do mundo, incluindo o Atlântico Sul.
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Mateus Godoi
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Assunto que eu cobraria em um ENEM
Deu no Viomundo.com.br
3 de novembro de 2010 às 23:35
NY Times: China, Índia e Brasil na condução da economia global
Shift in Washington Stirs Economic Jitters Abroad (Mudança em Washington causa ansiedade econômica no Exterior)
By LIZ ALDERMAN, no New York Times
November 3, 2010
Enquanto os republicanos se preparam para usar sua nova autoridade no Congresso, os parceiros comerciais dos Estados Unidos se preocupam com a possibilidade de que a mudança política em Washington possa trazer novos desafios à economia global.
Apesar das promessas de cortar gastos do governo e o grande déficit orçamentário dos Estados Unidos, espera-se que os republicanos enfrentem a ansiedade com o desemprego e o crescimento econômico tíbio tentando estender os cortes de impostos aprovados durante a presidência de George W. Bush — uma medida que acrescentaria ao déficit e, por extensão, enfraqueceria ainda mais o dólar.
“O resto do mundo, incluindo a Ásia, está de olho nos Estados Unidos e não vê medidas reais de política econômica que possam trazer a economia de volta aos trilhos”, disse Bart van Ark, economista-chefe do Conference Board, que mede os indicadores econômicos dos Estados Unidos. “Isso faz com que os Estados Unidos percam legitimidade na comunidade econômica global como um líder capaz de oferecer soluções”.
Manter os impostos nas taxas relativamente baixas de hoje poderia ajudar a aumentar os gastos do consumidor nos Estados Unidos, enquanto um dólar mais fraco tornaria mais competitivas as exportações dos Estados Unidos. Mas analistas dizem que esses ajustes seriam apenas temporários e provavelmente não reverteriam o decrescente poder econômico dos Estados Unidos, no momento em que os mercados emergentes — liderados pela China, Índia e Brasil — superam as nações industriais na condução do crescimento global.
Um dólar mais fraco, ao tornar as exportações europeias mais caras, pode também acabar com as tentativas de recuperação baseadas em exportação de países europeus como o Reino Unido, a Grécia e a Irlanda, que adotaram duras medidas de austeridade para controlar dívida excessiva.
Depois que o governo Obama conseguiu aprovar mudanças no sistema de saúde e no sistema financeiro, os eleitores deram o sinal de que querem reduções nos gastos federais. O deputado John A. Boehner, de Ohio, republicano que deverá ser o novo líder da Câmara, reiterou a promessa de que depois das eleições pretende reduzir o tamanho do governo, criar empregos e mudar o funcionamento do Congresso.
Não é fácil. Os eleitores também querem manter seus direitos adquiridos e esperam que os republicanos revertam cortes no programa Medicare [que atende a terceira idade] e que possam estender os cortes de impostos de Bush que vão expirar no fim deste ano.
Essas medidas, se aprovadas, tornariam ainda mais difícil — não mais fácil — aos republicanos manter seus compromissos de controlar a dívida nacional e o déficit do orçamento. Da perspectiva de quem está fora dos Estados Unidos, “as promessas republicanas de probidade fiscal são difíceis de acreditar”, disse Simon Tilford, o economista-chefe do Centro Europeu para Reforma Econômica em Londres. “O que eles estão pregando provavelmente vai aumentar o déficit em vez da redução dramática que eles dizem pretender”.
Há também o risco de o Congresso, dividido entre uma Câmara controlada pelos republicanos e uma maioria frágil dos democratas no Senado, ficar paralisado. Isso deixaria a tarefa de apoiar uma recuperação econômica dos Estados Unidos inteiramente por conta do Banco Central.
O Banco Central demonstrou preocupação na quarta-feira com uma recuperação “lenta” e uma inflação baixa ao anunciar planos para comprar 600 bilhões de dólares em bônus do Tesouro, um processo conhecido como quantitative easing, que visa estimular o crescimento econômico e reduzir o desemprego. Esta medida com certeza vai enfraquecer o dólar, mas a habilidade dela de estimular uma recuperação ainda tem de ser provada.
Também não está claro quanto um Congresso fraco mas ainda controlado pelos democratas pode fazer antes que um líder dos republicanos assuma o comando da Câmara. Mas a pressão agora está sob o governo Obama para fazer um acordo em torno dos impostos até o fim do ano — ainda que não haja consenso sobre onde cortar os gastos, dizem analistas.
Além disso, se os atuais níveis de impostos para os mais ricos forem mantidos, assim como os cortes para contribuintes de classe média para os próximos anos, a ação poderia acrescentar de um a dois pontos percentuais no déficit em relação ao conjunto da atividade econômica, de acordo com Klaus Günter Deutsch, um economista sênior do Deutsche Bank Research em Berlim.
Se Washington acabar aumentando o déficit, em vez de reduzí-lo, um dos resultados seria o enfraquecimento ainda maior do dólar contra o euro, a libra e outras moedas.
O dólar já perdeu mais de 15% de seu valor em relação ao euro desde junho por conta das preocupações com a situação fiscal federal e na expectativa de que o Banco Central anunciaria novas medidas na quarta-feira para colocar mais dinheiro na economia enfraquecida.
Em época de pleno emprego, um déficit maior pode ser enfrentado por uma política monetária mais dura e taxas de juros maiores, disse C. Fred Bergsten, diretor do Instituto Peterson de Economia Internacional em Washington. “Mas agora, com os juros próximos de zero e o Banco Central embarcando em uma nova expansão quantitativa, isso significa um déficit maior e um dólar mais fraco, e essas questões causam os maiores alarmes no exterior, especialmente entre europeus”.
Mesmo que o dólar continue a enfraquecer, ajudando os exportadores americanos, a maioria dos especialistas em política e economia esperam que os legisladores dos dois partidos mantenham a pressão na China para fortalecer a sua moeda. Isso tornaria ainda mais difícil para o governo Obama buscar cooperação com os chineses para que eles mantenham sua moeda alinhada aos fortes fundamentos econômicos do país.
Os industriais americanos faz tempo reclamam que a China está mantendo sua moeda, o renminbi, artificialmente fraca, tornando mais difícil para as exportações americanos competirem no mercado global.
A questão das moedas é parte de uma disputa mais ampla no comércio, disse Kenneth S. Rogoff, um economista de Harvard que foi economista-chefe do Fundo Monetário Internacional.
“Se os chineses cederem um pouco, isso ganharia um bom tempo para discutir as questões comerciais”, ele disse. “Os asiáticos estão extremamente nervosos com a possibilidade de os Estados Unidos taxarem os importados chineses ou de alguma medida agressiva, não apenas porque os republicanos estão assumindo o controle da Câmara, mas porque a economia dos Estados Unidos está muito fraca”.
Até que a poeira assente, no entanto, “imprevisibilidade é a palavra do dia”, o sr. Rogoff afirmou. “Nós temos novas forças poderosas e voláteis”, ele acrescentou. O “resto do mundo vai se preocupar com isso”.
3 de novembro de 2010 às 23:35
NY Times: China, Índia e Brasil na condução da economia global
Shift in Washington Stirs Economic Jitters Abroad (Mudança em Washington causa ansiedade econômica no Exterior)
By LIZ ALDERMAN, no New York Times
November 3, 2010
Enquanto os republicanos se preparam para usar sua nova autoridade no Congresso, os parceiros comerciais dos Estados Unidos se preocupam com a possibilidade de que a mudança política em Washington possa trazer novos desafios à economia global.
Apesar das promessas de cortar gastos do governo e o grande déficit orçamentário dos Estados Unidos, espera-se que os republicanos enfrentem a ansiedade com o desemprego e o crescimento econômico tíbio tentando estender os cortes de impostos aprovados durante a presidência de George W. Bush — uma medida que acrescentaria ao déficit e, por extensão, enfraqueceria ainda mais o dólar.
“O resto do mundo, incluindo a Ásia, está de olho nos Estados Unidos e não vê medidas reais de política econômica que possam trazer a economia de volta aos trilhos”, disse Bart van Ark, economista-chefe do Conference Board, que mede os indicadores econômicos dos Estados Unidos. “Isso faz com que os Estados Unidos percam legitimidade na comunidade econômica global como um líder capaz de oferecer soluções”.
Manter os impostos nas taxas relativamente baixas de hoje poderia ajudar a aumentar os gastos do consumidor nos Estados Unidos, enquanto um dólar mais fraco tornaria mais competitivas as exportações dos Estados Unidos. Mas analistas dizem que esses ajustes seriam apenas temporários e provavelmente não reverteriam o decrescente poder econômico dos Estados Unidos, no momento em que os mercados emergentes — liderados pela China, Índia e Brasil — superam as nações industriais na condução do crescimento global.
Um dólar mais fraco, ao tornar as exportações europeias mais caras, pode também acabar com as tentativas de recuperação baseadas em exportação de países europeus como o Reino Unido, a Grécia e a Irlanda, que adotaram duras medidas de austeridade para controlar dívida excessiva.
Depois que o governo Obama conseguiu aprovar mudanças no sistema de saúde e no sistema financeiro, os eleitores deram o sinal de que querem reduções nos gastos federais. O deputado John A. Boehner, de Ohio, republicano que deverá ser o novo líder da Câmara, reiterou a promessa de que depois das eleições pretende reduzir o tamanho do governo, criar empregos e mudar o funcionamento do Congresso.
Não é fácil. Os eleitores também querem manter seus direitos adquiridos e esperam que os republicanos revertam cortes no programa Medicare [que atende a terceira idade] e que possam estender os cortes de impostos de Bush que vão expirar no fim deste ano.
Essas medidas, se aprovadas, tornariam ainda mais difícil — não mais fácil — aos republicanos manter seus compromissos de controlar a dívida nacional e o déficit do orçamento. Da perspectiva de quem está fora dos Estados Unidos, “as promessas republicanas de probidade fiscal são difíceis de acreditar”, disse Simon Tilford, o economista-chefe do Centro Europeu para Reforma Econômica em Londres. “O que eles estão pregando provavelmente vai aumentar o déficit em vez da redução dramática que eles dizem pretender”.
Há também o risco de o Congresso, dividido entre uma Câmara controlada pelos republicanos e uma maioria frágil dos democratas no Senado, ficar paralisado. Isso deixaria a tarefa de apoiar uma recuperação econômica dos Estados Unidos inteiramente por conta do Banco Central.
O Banco Central demonstrou preocupação na quarta-feira com uma recuperação “lenta” e uma inflação baixa ao anunciar planos para comprar 600 bilhões de dólares em bônus do Tesouro, um processo conhecido como quantitative easing, que visa estimular o crescimento econômico e reduzir o desemprego. Esta medida com certeza vai enfraquecer o dólar, mas a habilidade dela de estimular uma recuperação ainda tem de ser provada.
Também não está claro quanto um Congresso fraco mas ainda controlado pelos democratas pode fazer antes que um líder dos republicanos assuma o comando da Câmara. Mas a pressão agora está sob o governo Obama para fazer um acordo em torno dos impostos até o fim do ano — ainda que não haja consenso sobre onde cortar os gastos, dizem analistas.
Além disso, se os atuais níveis de impostos para os mais ricos forem mantidos, assim como os cortes para contribuintes de classe média para os próximos anos, a ação poderia acrescentar de um a dois pontos percentuais no déficit em relação ao conjunto da atividade econômica, de acordo com Klaus Günter Deutsch, um economista sênior do Deutsche Bank Research em Berlim.
Se Washington acabar aumentando o déficit, em vez de reduzí-lo, um dos resultados seria o enfraquecimento ainda maior do dólar contra o euro, a libra e outras moedas.
O dólar já perdeu mais de 15% de seu valor em relação ao euro desde junho por conta das preocupações com a situação fiscal federal e na expectativa de que o Banco Central anunciaria novas medidas na quarta-feira para colocar mais dinheiro na economia enfraquecida.
Em época de pleno emprego, um déficit maior pode ser enfrentado por uma política monetária mais dura e taxas de juros maiores, disse C. Fred Bergsten, diretor do Instituto Peterson de Economia Internacional em Washington. “Mas agora, com os juros próximos de zero e o Banco Central embarcando em uma nova expansão quantitativa, isso significa um déficit maior e um dólar mais fraco, e essas questões causam os maiores alarmes no exterior, especialmente entre europeus”.
Mesmo que o dólar continue a enfraquecer, ajudando os exportadores americanos, a maioria dos especialistas em política e economia esperam que os legisladores dos dois partidos mantenham a pressão na China para fortalecer a sua moeda. Isso tornaria ainda mais difícil para o governo Obama buscar cooperação com os chineses para que eles mantenham sua moeda alinhada aos fortes fundamentos econômicos do país.
Os industriais americanos faz tempo reclamam que a China está mantendo sua moeda, o renminbi, artificialmente fraca, tornando mais difícil para as exportações americanos competirem no mercado global.
A questão das moedas é parte de uma disputa mais ampla no comércio, disse Kenneth S. Rogoff, um economista de Harvard que foi economista-chefe do Fundo Monetário Internacional.
“Se os chineses cederem um pouco, isso ganharia um bom tempo para discutir as questões comerciais”, ele disse. “Os asiáticos estão extremamente nervosos com a possibilidade de os Estados Unidos taxarem os importados chineses ou de alguma medida agressiva, não apenas porque os republicanos estão assumindo o controle da Câmara, mas porque a economia dos Estados Unidos está muito fraca”.
Até que a poeira assente, no entanto, “imprevisibilidade é a palavra do dia”, o sr. Rogoff afirmou. “Nós temos novas forças poderosas e voláteis”, ele acrescentou. O “resto do mundo vai se preocupar com isso”.
Postado por
Mateus Godoi
às
12:14
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